O Trabalho em Equipe como um significativo valor para uma gestão educacional inovadora

Primeiramente vale ressaltar que na gestão de pessoas, o trabalho em equipe é fundamental para qualquer ambiente de prática profissional. A compreensão por parte do gestor de todos os conceitos envolvidos nessa ação abrirá espaço para que o mesmo obtenha grande sucesso junto a sua equipe.

Para contextualizar a nossa visão nesse artigo, vale considerar que acreditamos em uma educação para a vida, corroborando assim com Semler et al. (2004) quando os mesmos relembram que os grandes inovadores da educação do século XX pregavam tal concepção, propondo currículos e métodos voltados ao aprendizado com significado. Para isso, o foco deve ser o aluno, que não é apenas um expectador do que acontece, mas, sim, o próprio ator. O papel do professor, nessa mesma concepção, é de um facilitador das curiosidades, ou seja, uma “ponte” para os alunos, ligando-os à vida e aos saberes das diversas áreas do conhecimento como as ciências, as artes, a filosofia, a história e a língua.

Se anteriormente, os jovens em suas profissões buscavam trabalhar com objetivos voltados ao salário, bônus e plano de carreira, em pesquisas recentes percebe-se que os objetivos mudaram, pois busca-se ambientes de atuação profissional que se trabalhe por uma causa, que faça parte do “DNA” da organização a meritocracia, e que a mesma seja consolidada advinda de avaliações justas. Visto isso, fica claro que cada vez mais precisamos de ambientes acolhedores e que garantam voz para esses jovens que, independente do seu cargo, querem “fazer parte”.

Nesse contexto, vale considerar que as relações profissionais estão em transformação, uma vez que empresas responsáveis socialmente, com sustentabilidade e que construam as suas relações pautadas na ética e idoneidade terão um maior espaço no mercado, e consequentemente, terão os profissionais mais engajados. Fica importante nesse momento lembrarmos então um dos valores TEACH da Adtalem Educacional do Brasil, organização a qual atuo, e que esse texto se sustenta, que é o valor do Trabalho em Equipe. Sua descrição aponta:

“colocamos nossa equipe em primeiro lugar, apreciamos diversos pontos de vista, assumimos intenções como positivas, colaboramos e comunicamos-nos abertamente”.

Frente ao supramencionado, torna-se significativo trazer à tona, nesse momento, um dos pilares do relatório para a Unesco elaborado pela Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Quando discutido, o aprender a viver em comum, considera-se a importância de participar e cooperar com os outros a fim de conduzir as pessoas a tomar consciência das semelhanças e interdependência entre todos os seres humanos do planeta (DELORS, 1996).

É nesse contexto que sustentamos a abrangência e profundidade de se ter o valor Trabalho em Equipe enraizado nos gestores e colaboradores em uma organização. Quando tomamos consciência da possibilidade de construir em conjunto, por meio do diálogo, percebemos o quanto precisamos do outro, o respeitamos, e consequentemente, o valorizamos.

Se perspectivarmos hoje o trabalho na área de saúde por exemplo, o olhar muldisciplinar se torna basilar, uma vez que as atuações profissionais nas mais diversas áreas de atuação desses profissionais, se complementam para que realmente se tenha um atendimento de qualidade ao paciente. A muldisciplinaridade nesse viés deve então ser compreendida como a possibilidade de sabermos respeitar as diferenças entre as áreas, consolidar as competências existentes, e consequentemente, retirar o que há de melhor em cada uma, para que então se tenha uma atuação muito mais sistêmica.

No pensar a liderança, por exemplo, para tratar a todos com respeito é necessário no contexto de gestão, que o líder saiba ouvir, ou seja, retire o que há de melhor de cada um nas suas reais perspectivas de olhares. Vale ressaltar que para empoderar as pessoas e focar no crescimento delas é necessário que o ambiente seja propício para tal, ou seja, é nesse sentido que se torna significativo para a liderança construir uma cultura organizacional cabível para que o ambiente esteja favorável a construção conjunta e o crescimento do todo.

Por fim, para liderar uma instituição educacional desafiando as dificuldades atuais, é imprescindível culturalizar na mesma, o trabalho em equipe.  O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, o Projeto Pedagógico Institucional – PPI, o Projeto Político Pedagógico – PPP e o Projeto Pedagógico de Curso – PPC como projetos institucionais do ensino superior necessitam ser construídos colaborativamente e é papel do líder conseguir fazer isso, não apenas com a participação da sua equipe, mas também da comunidade e demais agentes educacionais. Esse planejamento colaborativo e dialógico tem que acontecer e é papel do gestor educacional a responsabilidade por tal, para que essa construção traga em sua essência a ação de se ouvir, discutir, analisar e consolidar ideias em conjunto, que certamente trarão significativas inovações como produtos finais.

 Referências

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Rio Tinto: Asa, 1996.

SEMLER, R.; DIMENSTEIN, G.; COSTA, A. C. G. da. Escola sem sala de aula.Campinas, SP: Papirus, 2004.

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